ETE “LAURO GOMES”
ETE “LAURO GOMES”:
UMA HISTÓRIA
ETE “LAURO GOMES” : UMA HISTÓRIA
Profª: Elisabete da Cunha Kubilius
Língua e Literatura
Ensino Médio – Manhã
São Bernardo do Campo
2006
- Componentes de “ ETE ´Lauro Gomes` : Uma
História” :
Antonio
Carlos Ferrete Junior 1ºB
Archimedes
Paro da Silva 1ºA
Bruno
Ipólito de Barros 1ºD
Caio
Cabral da Silva 1ºB
Danilo
Ananias dos Santos 1ºB
Elvis
Jonas Ferrareis 1ºD
Fabiana
Torres Silva 1ºC
Fábio
Moreira Meira 1ºA
Fábio
Naoto Majima 1ºA
Gustavo
Nascimento Souza 1ºB
Gustavo
de Paula Ramalho 1ºD
Henrique
Marassato Campos 1ºD
Isaac
Licar Reis 1ºA
Jordan Michel 1ºD
Luciano Monegatto
Baldicerotti 1ºA
Maikon
Fernandes Maris 1ºD
Mateus
Arisa de Moraes 1ºD
Paulo
Dorceli Pio de Oliveira 1ºD
Rafael
DiLena da Costa 1ºB
Rafael
Nunes de Oliveira 1ºD
Rafael
Nunes de Souza 1ºB
Rodrigo
Andrade Leal 1ºD
Thiago
Santos Silva 1ºD
Vanesa
Peixoto de Matos Martins 1ºB
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO
2 – HISTÓRIA
2.1 – A fundação da ETE
2.2 – Patronos
2.2.1 – Lauro
Gomes
2.2.2 –
Arienzo Salvador Arena
2.3 – Diretores
2.4 – Atualidade
3 – ESTRUTURA
3.1 – Divisão
3.2 – Bloco 1
(Esqueleto)
3.3 – Bloco 2 (2A e 2B)
3.4 – Bloco 3
3.5 – Bloco 4
3.6 – Bloco 5
3.7 – Bloco 6 (Atual
FATEC)
3.8 – Bloco Central
3.9 – Quadras
Externas
3.9.1 –
Curiosidades das Quadras Externas
3.10 – Outros
3.10.1 –
Refeitório
3.10.2 – Sala
da Ângela
3.10.3 – Caixa
d´água
3.10.4 –
Campão
3.10.5 -
Galinheiro
4 – CURIOSIDADES
4.1 - Crônicas
4.2 – Manual do Bixo
4.2.1 – A
Recepção
4.2.2 – ETE
Sala por Sala
4.2.3 –
Mandamentos do Bixos
4.2.4 – Tipos
de Trote
4.3 – ETE em números
5 – CURSOS
5.1 – Ensino Médio
5.2 – Cursos Técnicos
5.2.1 –
Administração
5.2.2 –
Automação Industrial
5.2.3 –
Eletrônica
5.2.4 –
Informática
5.2.5 –
Laboratorista Industrial
5.2.6 –
Mecatrônica
5.2.7 –
Eletro-Eletrônica
5.2.8 –
Logística
5.2.9 –
Secretariado
6 – Conclusão
7 – Bibliografia
8 – Anexos
1 –
INTRODUÇÃO
Aqui reunimos um pouco da história da Escola Técnica Estadual
“Lauro Gomes”. Optamos por tal tema pois acreditamos ser essencial que o
discente tenha conhecimento da trajetória de sua escola para cada vez mais ter
o “espírito eteano”. Honrar e lutar pela sua escola.
Ao ler este trabalho você poderá encontrar muitas
informações que jamais imaginaria isto o ajudará a entender melhor o
funcionamento da estrutura escolar, assim como um pouco da mentalidade de todos
que estão neste meio.
Momentos com grande seriedade, momentos com dados históricos e
geográficos, momentos com curiosidades imperdíveis, momentos que lhe
proporcionarão grandes risadas... tudo isto é o que lhe aguarda nas páginas
seguintes. Tal organização não é mera coincidência, assim funciona a ETE-LG,
assim são as pessoas...
Falar desde a pedra fundamental até a
atualidade é um grande desafio e, assim sendo, fomos obrigados a selecionar
apenas alguns fatos que julgamos mais relevantes. Caso fossemos relatar toda a
incrível trajetória que se percorreu até a época presente seria uma
interminável narração, porém não deixaria de ser proporcionalmente prazerosa.
Então veremos como a ETE-LG cumpre sua
missão: “Formar o cidadão técnico de nível médio com competência técnica e
consciência ética, promovendo a sua autonomia profissional ensinando-o a pensar
e a fazer, visando à sua inserção no mercado de trabalho”.
Pessoas, fatos, notícias, trotes,
professores, alunos, lendas... tudo isto não pode deixar de estar relatado, o
que ocorre e o que já se passou deixando a sua marca está a seguir...
2 –
HISTÓRIA
2.1 – A fundação da ETE
Uma escola técnica no
A.B.C.
A partir da década de 50, podemos notar que no Brasil, finalmente,
iniciou-se um processo de busca pelo progresso. Nessa monografia não
questionaremos se os meios adotados para esse fim foram os melhores, entretanto
somos obrigados a expor tais meios, já que em grande parte eles são os
responsáveis pelo surgimento de nossa escola.
É de conhecimento geral que durante o governo de Juscelino Kubitscheck,
houve um grande incentivo federal para o desenvolvimento do setor industrial em
nosso país.Ao mesmo tempo ocorria a instalação de inúmeras multinacionais no
solo brasileiro. Assim, a nossa produção industrial cresceu e nossos produtos
passaram a se exportados para diferentes partes do globo e ajudaram a aumentar
nossas divisas, antes produzidas quase que exclusivamente pela agricultura
(principalmente pelo café).
Passamos assim, a
competir no mercado mundial com outros países bem mais desenvolvidos que nós, e
como resultado disso, sentiu o governo federal a necessidade de amparar os
setores de produção, surgindo assim, como uma das medidas tomadas nesse sentido,
a iniciativa, de instalar, em toda a nação escolas técnicas que fossem capazes
de formar uma mão-de-obra bem treinada e qualificada que suprisse a necessidade
desses novos setores.
Essa idéia é reafirmada posteriormente, durante a inauguração da
fábrica de motores a gasolina Willys Overland do Brasil, em março de 1958,
quando Juscelino Kubsticheck se referiu a ETISBEC, ainda no princípio de sua
construção, como: " Um núcleo de adestramento e de preparo especializado
para operários".
Essa
realidade levou Lauro Gomes a se interessar, profundamente, pela, construção,
em um dos municípios do A.B.C., de uma das escolas previstas no plano da
administração federal, pois estava situada nessa região a mais expressiva
concentração industrial e o maior núcleo de trabalhadores no Brasil.
Para a nossa sorte, seu interesse se transformou
É claro que não estamos querendo transformá-lo em uma espécie de mártir
ou endeusá-lo. Afinal de contas temos que deixar bem claro o fato de que Lauro
Gomes se beneficiou muito politicamente com a construção da ETI. Como nos
contou o atual secretário de governo de São Bernardo, que durante doze anos foi
auxiliar particular de Lauro Gomes, a quarenta e quatro anos é vereador ,
trabalhou como chefe executivo do grupo
de trabalho e posteriormente foi chefe executivo do serviço de obras e
equipamentos durante a construção da ETI, Lenildo de Freitas Magdalena, Lauro
Gomes deixou em sua sala durante muito tempo a maquete do projeto da ETI, que
possuía até luzes que acendiam e apagavam, o que encantava e até impressionava todos os que viam, fazendo assim o
que Lenildo chamou de "marketing positivo" e que outros mais
atrevidos poderiam denominar como populismo ou politicagem barata.
Por que foi escolhido São Bernardo do
Campo?
Aprovada, em princípio, a construção de uma escola técnica na
região do A.B.C., reuniram-se os prefeitos desses municípios( Lauro Gomes,
Anacleto Campanella e Fiorovante Zampol, respectivamente prefeitos de São Bernardo
do Campo, São Caetano do Sul e Santo André) para decidir democraticamente, sobre a melhor localização para a futura
unidade escolar, o que os levou a considerar questões como: a área necessária;
condições econômicas das receitas municipais, tendo em vista a desapropriação
do terreno; facilidade de acesso à Via Anchieta, diante da importância da
ligação com São Paulo, etc., chegou-se à conclusão de que o município de São
Bernardo era o que reunia as melhores condições de atender a todos os aspectos
da questão.
Caminhando de um sonho para a realidade
Uma obra dessa
grandeza e importância dificilmente poderia ser realizada apenas no âmbito
municipal. Para garantir o êxito do empreendimento, associaram-se a União, o
Estado e o Município para criar a escola, o que foi feito mediante convênio,
fixando as responsabilidades dos três poderes celebrado em 11 de julho de 1956.
Na época o então ministro da educação era Clóvis Salgado, o governador do
estado de São Paulo era Jânio Quadros e o prefeito de São Bernardo era Aldino
Pinotti.
Em linhas gerais são as seguintes as
cláusulas do Convênio:
Do objetivo da escola
"A Escola Técnica de que trata esse Convênio tem por fim a formação
de técnicos, de grau médio, destinados à indústria, e seu aperfeiçoamento e
especialização, mantendo, inicialmente, os seguintes cursos:
a)máquinas e motores; b)eletrotécnica e c)metalurgia ".
Da localização, instalações e capacidade
"A escola será instalada no município de São Bernardo
do Campo, em edificações próprias, especialmente construídas para atender às
suas finalidades, dispondo de prédios e instalações adequadas, de forma a
permitir ensaios e pesquisas tecnológicas e experimentação com materiais,
máquinas e processos de fabricação; a escola disporá inicialmente de capacidade
para seiscentos alunos em regime de internato e tempo integral, bem como
contará com instalações próprias para residência do pessoal docente e
administrativo necessário".
Da estrutura da escola
"A escola terá a estrutura peculiar às entidades
para-estatais, de forma a ficar assegurada a sua autonomia administrativa,
didática e econômica".
Da sua administração
"A direção da
escola será exercida por um conselho técnico e por um diretor, todos com
mandato remunerado, por prazo certo, suscetível de renovação, cabendo ao
primeiro funções deliberativas e ao último atribuições executivas.
O conselho será constituído por um representante da Diretoria do Ensino
Industrial, do Ministério da Educação e Cultura, por um representante do
Departamento de Ensino Profissional, da Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo, e por três especialistas em ensino industrial, de reconhecida
idoneidade, de livre escolha do governo do Estado.
Para integrar o Conselho, em igualdades de condições serão também
convidados a indicar um representante cada um, a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP) e o Departamento Regional do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, de São Paulo.
O diretor será nomeado pelo Governo do Estado, por proposta do Conselho,
em lista de cinco nomes, dentre pessoas estranhas a este, e na qual figurarão
obrigatoriamente pelo menos dois nomes do corpo docente da escola ;participará
das reuniões do Conselho sem direito a voto.
Na nomeação do primeiro diretor da escola não se observará a obrigatoriedade
da inclusão, em lista, de nomes do corpo docente da escola".
Do Recrutamento do Pessoal e Regime de Trabalho
2. O corpo docente será constituído de especialistas de comprovada
idoneidade técnica;
3. Os corpos
docente e administrativos trabalharão em regime de tempo integral e terão
residência na própria escola; no interesse do ensino e da administração poderá
ser admitido o regime de tempo parcial, bem como autorizada a residência fora
da sede da escola, mediante proposta fundamentada do diretor e deliberação do
Conselho Técnico;
4. Todas as admissões serão feitas mediante contrato,regendo-se as
relações de trabalho pela legislação trabalhista".
Da Receita da Escola
"A receita da
escola, que manterá escrituração própria, será a proveniente, entre outras das
seguintes fontes:
1. Subvenção anual do governo do Estado de São Paulo, de importância
correspondente às despesas com pessoal, aquisição do material didático,
execução de obras eventuais e atendimentos dos demais encargos da manutenção e
desenvolvimento da escola;
2. Doações,
legados e outras subvenções;
3. Produção ou
experimentação industrial, estreitamente articulada com os programas de ensino
e com a prática industrial dos alunos".
Da Prestação de Contas
"A escola prestará contas,
anualmente, ao Tribunal de Contas do Estado e apresentará à Secretaria da
Educação e a diretoria do Ensino Industrial do Ministério da Educação e
Cultura, relatório de suas atividades".
Das Bolsas de Estudos
"A escola manterá, por seus próprios recursos, ou com
a cooperação de terceiros, bolsas de estudos para candidatos desprovidos de
recursos financeiros".
Das Obrigações da Prefeitura Municipal
"Para a concretização do empreendimento a que se refere
este convênio, obriga-se a Prefeitura Municipal de São Bernardo do campo a doar
ao Estado área de terreno necessária à construção da escola e de todas as suas
dependências".
Das Obrigações do Estado
"O governo do Estado obriga-se, por sua vez, a:
1. Providenciar oportunamente os atos e medidas
administrativas, decorrentes do presente Convênio, para o funcionamento da
escola;
2. Receber em doação o terreno doado pela Prefeitura de São Bernardo do
Campo;
3. Conceder, anualmente, uma subvenção destinada à manutenção da escola,
com os seus cursos completos, nas bases previstas neste Convênio, e a partir do
ano em que for concluída a instalação da escola pelo governo federal;
4.Nomear os membros do Conselho Técnico e o diretor da escola, de acordo
com a forma descrita neste convênio.
5. Prestar assistência técnica e administrativa á escola, quando
necessária, por intermédio do Departamento de Ensino Profissional da Secretaria
de Estado dos Negócios da Educação;
6. Assegurar condições que permitam o desenvolvimento dos cursos, à
medida que as necessidades da indústria o justificarem".
Das Obrigações do Ministério da Educação
e Cultura
"O Ministério da Educação e Cultura obriga-se por seu turno, a:
1. Realizar
estudos e planejamento das edificações, das instalações, bem como do
equipamento didático necessário ao pleno funcionamento da escola, nas bases
previstas neste Convênio;
2. Construir os edifícios e provê-los com as instalações necessárias a
uma matrícula mínima de seiscentos alunos internos, e residência para o pessoal
docente e administrativo;
3.Dotar a escola
do equipamento didático, bem como do equipamento necessários às instalações
técnicas e administrativas e ao conjunto residencial previsto;
4. Uma vez
construída e equipada a escola, entregá-la ao estado, para os efeitos deste
convênio;
Do Prazo para Início e Término das Obras
"Aprovado este Convênio pela assembléia Legislativa e
registrado pelo Tribunal de contas, o governo federal dará início aos estudos e
planejamentos, iniciando a construção dos edifícios nos seis meses seguintes e
concluindo-os dentro de três anos".
Finalmente, o governo do
estado de São Paulo, pela lei número 3.734, de 15 de janeiro de 1957, aprovou o
convênio firmado no ano anterior.Nesse mesmo ano se iniciaram as obras de
construção, porém, elas foram paralisadas em 1960, sendo que nenhum dos prédios
se encontrava em condições de uso.
Comissão Coordenadora
Em
1962constituiu-se uma Comissão Coordenadora integrado por elementos do
Ministério da Educação, da prefeitura de São Bernardo e da Federação das
Indústrias, a fim de gerir as verbas da escola e encarregar-se de suas obras e
equipamentos. Com a criação dessa Comissão foi recomeçado o que estivera
interrompido por quase três anos. A parte executiva do trabalho foi entregue ao
senhor Lenildo de Freitas Magdalena.
O primeiro Conselho
De acordo com o convênio inicial, somente depois de
terminadas as obras o Estado começaria a gerir a escola. Entretanto, em 13 de
agosto de 1964, o primeiro Conselho Técnico-Administrativo( nomeado pelo
estado) sucedeu a Comissão Coordenadora que vinha administrando a escola. O
primeiro diretor desse conselho foi o senhor Gilberto Vaz Garcia. Ele foi
sucedido pelo senhor Walter Costa e posteriormente pelo professor Elzio D'
Arienzo.
Missão Técnica Alemã
Em novembro de 1963, foi firmado um convênio de cooperação
técnica,assinado pelo governo do Brasil e da República Federal Alemã.
Desse convênio, vieram equipamentos para os laboratórios e salas de
aula,além de uma assistência técnico pedagógica e o treinamento de professores.
O Convênio tinha
duração de cinco anos passíveis de prorrogação. O primeiro chefe da missão foi
o engenheiro Erich Hansen, que esteve por aqui durante um ano, sendo
substituído pelo engenheiro Wolfgang Dietrich Eberhardt.
Vale ressaltar que as máquinas alemãs não foram as únicas a serem
importadas por nossa escola. Em 1991, vieram para cá, máquinas vindas de Israel
como o torno CNC( Comando Numérico Computadorizado) e a fresadora CNC.
A aula inaugural
No dia 8 de março de 1965 foi ministrada a primeira aula do
curso de máquinas e motores( posteriormente mecânica) aos 74 alunos
matriculados, dando assim o início propriamente dito da Escola Técnica
Industrial de São Bernardo do Campo(ETISBEC) .
Compuseram a
primeira turma alunos precedentes da capital, Santo André, São Bernardo, São
Caetano, Ribeirão Preto, Rio Claro, Barra Bonita, Mococa e de outros pontos do
estado.
Esses alunos foram
selecionados a partir de uma prova para a qual houve 176 candidatos. A prova
que era escrita possuía questões sobre português, matemática, ciências e
desenho geométrico e projetivo.
Dos 74 matriculados apenas 33 se formaram em 1968, o que
demonstra o quão eram rígidos os padrões de aprovação.Os nomes desses que foram
os primeiros formandos da ETILG são:
Ademar Takato Yoshimine;
Adilson Luiz da Costa;
Alfredo T. Queirós Neto;
Antonio Carlos Pereira;
Carlindo Paroli Junior;
Carlos Chiappetta neto;
Cláudio Armin Gliger;
Diógenes Spaggiari;
Diogo Donadro Filho;
Ed Edison Diniz;
Eduardo de melo Assenza;
Eduardo S. Jurevicius;
Estanislau de Camargo Filho;
Gilmei
Gerin;
Hiroyoki
Minami;
Jacek
Cywinski;
João carlos Gerin;
João roberto Navarrete;
José carlos Pacovsky;
Luiz Antonio Rosa;
Luiz Carlos A. Fonseca;
Mário Branicio da Silva;
Mário da rocha Frade;
Nelson Shitakubo;
Roberto Correa Cabral;
Roberto Covre;
Romualdo Franchin;
Tadashi kido;
Teruke Ikebe;
Titsuo Yoshimoto;
Valdemir de Souza Horn e
Yukihiro Nakata
As primeiras garotas
Hoje seria difícil de imaginar a ETELG sem garotas em seu
quadro de discentes.Mas em um passado recente seria difícil de imaginar o
contrário... Anos atrás, ninguém imaginaria que uma escola que até o ano de
1971 era composta em seu quadro de discentes apenas por garotos, um dia teria
tantas garotas como suas alunas.
Mas em 1972, as coisas começaram a mudar...tardiamente é
óbvio, pois aquele era o sétimo ano de funcionamento da ETILG e seria a
primeira vez que uma pessoa do sexo feminino sentaria em uma de suas carteiras
para assistir a uma aula.
Atraídas pela abertura dos cursos de eletrônica e
eletrotécnica em 1971, 15 garotas se inscreveram para a prova de admissão de
novos alunos de 1972. Das quais seis delas foram admitidas. seus nomes eram:
Nizi Voltarelli, Miriam Zuccolli,Izabel C. Corsi Janota, Nathalie Vorobieff,
Lourdes Harumi Nogata e Marisa Leoni Magalhães Gomes.
Vale a pena destacar que até então, nenhuma garota nunca
havia, se quer se inscrito em uma prova de admissão na ETILG. E que Isabel C.
Corsi Janota nos exames de seleção classificou-se em quarto lugar.
Era evidentemente uma nova página na história da ETILG que
começava a ser escrita.
E por que isso
ocorreu? Tantos anos para o ingresso de mulheres em uma escola que dentre suas
regras não possuía nada como: "escola exclusiva para discentes do sexo
masculino" ou "proibida a entrada de discentes do sexo
feminino".Ou seja,teoricamente nada impedia tal ingresso, então por que
ele ocorreu tão tardiamente?
Existe apenas um motivo para isso: o machismo que assola
até hoje a nossa sociedade.A ETELG foi e ainda é, o reflexo dos conceitos
patriarcais, retrógrados e obsoletos existentes em nosso país.Isso se afirma
não apenas entre as discentes. O corpo administrativo é um bom exemplo
disso.Até hoje apenas duas mulheres foram diretoras da dita unidade escolar. A
primeira foi Vilma de Moraes Lúcio(seu mandato possuiu apenas cerca de um ano)
e a segunda é a atual diretora, a professora Irene Scaranto Augusto da Silva.
Voltando ao caso das discentes, como já foi dito as
primeiras garotas foram atraídas para a ETILG devido o início dos cursos de
Eletrônica e Eletrotécnica em 1972. Encontramos nessas linhas um grave aspecto
machista: mulheres não deviam se interessar por cursos como o de máquinas e
motores(atual mecatrônica).
Nem por isso devemos tirar o mérito daquelas pioneiras
garotas. Afinal elas enfrentaram grandes preconceitos, por isso merecem sempre
serem lembradas.Da mesma forma devemos bater palmas para as poucas garotas que
cursam os cursos de Eletrônica, Eletroeletrônica e Mecatrônica que ainda hoje,
infelizmente, são vítimas dos mesmos preconceitos que aquelas pioneiras.
Devemos lembrar
que as garotas passaram efetivamente a participar da ETELG em grande número,
com a introdução dos cursos de Laboratorista Industrial(L.I.), Processamento de
dados( na época de sua implantação era mais conhecido como PD, e devido seu
alto contingente feminino foi apelidado "carinhosamente" de
"Prendas Domésticas"; atual curso de Informática), Administração,
Secretariado e Ensino Médio.
Mas,não é pelo
fato de freqüentarem cursos que são "melhor vistos" pelas pessoas em
geral, que essas garotas não devem ser reconhecidas, afinal, estão lutando pelo
seu espaço, fazendo aquilo que gostam.O que é um real avanço, porque demonstra
que as mulheres podem e devem lutar pelo seu espaço seja na área que for, sendo
isso por si só, um grande ataque a imensa muralha do machismo que circunda e
envolve a nossa hipócrita e alienada sociedade. Que aos poucos, gradativamente,
lentamente está sendo derrubada... Foi danificada com uma intensidade muito
menor do que se pensa, é verdade...Entretanto, é apenas o começo... E se
depender das eteanas seu fim está próximo...muito próximo... E isso não é uma
ameça.É apenas a constatação de um fato...
Fim do acordo Tripartite
É inegável, o acordo Tripartite foi o responsável por transformar o
sonho de uma escola técnica no ABC, de um simples projeto no papel para a
realidade. É verdade, boa parte do que foi acertado nesse acordo não se
consumou.Para começar, não foi realizado todo o projeto inicial.Não foram
construídas várias dependências como: auditório, ambulatório, cinema, garagem,
lavanderia, campo de futebol, arquibancadas, sanitários e vestiários, clube,
piscina, lago artificial, residência do diretor, residência do
administrador,escola primária, alojamento dos alunos, apartamento de
funcionários e professores.
Entretanto o fim desse acordo não foi um dos melhores
momentos pelo qual a ETELG passou durante a sua história. Ele aconteceu no dia
31 de dezembro de 1980. Porém um pouco antes , já havia sinais do seu fim...No
dia 31 de maio de 1980 terminou o convênio entre Prefeitura, FIESP, APM e
Estado o que apenas confirmava o possível desfecho dessa situação.
Falando em termos legais, a ETI não era
uma escola institucionalizada. Portanto só existia devido ao acordo Tripartite.
Na prática isso significa dizer, que com o fim do acordo ocorreria o fim da
escola.E em dezembro de1980 o então governador do Estado, Paulo Maluf, impediu
a renovação do convênio Tripartite. Por isso,a partir de 1 de janeiro de
Na época houve uma certa revolta por parte dos pais,
professores e funcionários da ETI, que eram contra tal incorporação, porque ela
colocava em risco um dos maiores patrimônios da ETI: a sua autonomia
administrativa, pedagógica e financeira.Era essa autonomia que garantia o alto
nível da ETI. E com a incorporação e a falta de autonomia principalmente
financeira (já que agora, ela era obrigada a dividir a sua verba com outras
ETIs) a qualidade da ETILG realmente caiu.
Em um primeiro momento um dos maiores problemas foi com a
remuneração dos professores.Com a incorporação ao CEETEPS os funcionários foram
demitidos e recontratados pela lei nº 500, que representou o rebaixamento dos
salários. Eles foram admitidos sem o recolhimento do INPS e FGTS e além disso
seus salários foram nivelados com os dos professores da UNESP, que diferente
deles não receberam os reajustes semestrais.
A redução dos salários representou com o tempo, a também
redução da qualidade dos professores que se interessavam em lecionar na ETI.E
isso foi totalmente prejudicial...
Um efeito concreto dessa prejudicialidade aconteceu em
1982, quando o número de candidatos inscritos para a prova de admissão atingiu
o nível mais baixo desde a sua fundação em 1965.O número de candidatos foi 1572
para 840 vagas , não chegando portanto à proporção de 2:1.
O advento da
separação
Até alguns anos atrás,os cursos técnicos e o curso de
Ensino Médio eram integrados.Durante os primeiros anos da ETI o curso durava
cerca de quatro anos. Com o passar dos anos, foi reduzido para três anos e posteriormente,
mais precisamente a partir de 1998, foi separado do Ensino Médio.
E por que isso ocorreu? Atualmente comenta-se que com essa
separação, o nível dos alunos que freqüentam o ensino técnico diminuiu
muito.Quais seriam as razões, se por certos pontos de vista tal dissociação foi
maléfica?
Em 14 de abril de 1997, o decreto presidencial
2208,ordenava a separação dos cursos técnicos do de Ensino Médio.Mas os etenos
não receberam isso passivamente... Doze mil assinaturas em um abaixo-assinado,
foram entregues ao governador Mário Covas, demonstrando oposição a tal decreto.
Tamanha luta não rendeu muitos frutos... Porém, confirmou o
espírito
revolucionário que existe em cada eteano...
Enfim, qual foi o argumento apresentado pelo Ministério da
Educação para tomar essa decisão tão arbitrária?
Um dos mais ridículos que poderia se imaginar...Parece que
a idéia de JK de construir " um
núcleo de adestramento e de preparo especializado para operários"
sobreviveu durante as décadas... A justificativa apresentada pelo ministério
era de que os alunos que cursavam o curso integrado o usavam como trampolim
para as Universidades e não para atenderem a demanda industrial, na
"honrosa" posição de mão-de-obra qualificada no meio da grande massa
da explorada classe operária.
E com isso, 1055
vagas do Ensino médio no sistema integrado, foram reduzidas para apenas 320
vagas.O que é vergonhoso... É a mesma coisa que dizer que os que possuem uma
posição social desfavorecida não merecem o seu ingresso em uma universidade. É
degradante... É uma das maiores hipocrisias que um país que se diz interessado
em seu desenvolvimento pode admitir.. .É revoltante e injusto...
2.2 – Patronos
2.2.1 - Lauro Gomes:
Resumo
do Livro “A vida de Lauro Gomes”
Assim como a maioria da população que vivia em
Rochedo, a
Sebastião se casa com sua própria prima, chamada
Olímpia, com que no ano de 1985 já tem dois filhos, chamados de Alcebíades e
Alvinópolis, que irão se tornar Almirante da marinha, e homem de empresa
respectivamente. No mesmo ano, Olímpia está à espera de mais um, tal que às 14
horas de 28 de fevereiro de 1985 nasce seu filho, Lauro Gomes de Almeida:
menino robusto, com pernas compridas, com quase quatro quilos, que com o passar
do tempo, irá se tornar um garoto que usa calças curtas, seguras pelos cós por
suspensório.
Lauro se desenvolve sem problemas de saúde, por causa
dos cuidados dados pela mãe, sendo que é batizado em Rochedo, e cresce como
todos os meninos do lugar: brincando, correndo, colhendo frutas no mato,
caçando passarinhos, ouvindo histórias.
O pai de Lauro Gomes, dito-cujo é o primeiro a passar
as primeiras lições e educar com rigor Lauro, se preocupa em colocá-lo na
escola em período integral na escola, já que em Rochedo não havia escolas
públicas. De fato, Lauro passa a estudar no Seminário de Mariana, e pelas ruas
de pedras, e ver o resultado do ouro que germinava a riqueza da cidade, e os
donos das mineradoras com suas mansões, se interessa, e fica a ter o desejo de
ser um homem bem sucedido, diferente do seu colega de Seminário Carlos
Vasconcelos Motta, já seduzido pela idéia de vestir a batina.
No Seminário, os meninos ouvem histórias dos cristãos
perseguidos pelos romanos, entre outros ensinamentos, que trazem um conceito
moral, mostrando a beleza do heroísmo, da virtude e do sacrifício pelas causas
nobres, e da perseverança como elemento essencial à realização de um objetivo.
Essas histórias vão penetrando de tal modo na mente do menino, que ao voltar
para a casa dos pais, só pensa em possuir um patrimônio, ser um homem poderoso,
reconhecido e respeitado. Com isso, ainda muito jovem, aos 16 anos, enfia na
cabeça que em Rochedo e Mariana lhe oferecem condições de progredir na vida,
por isso seu pai o transfere para Juiz de Fora, para dar prosseguimento aos
estudos, mas novamente quando retorna a Rochedo, volta deslumbrado com o que
ouvira falar sobre a prosperidade de São Paulo, para onde fixa a idéia de se
transferir, na suposição de encontrar campo fértil para se desenvolver, dar
vazão a sua ambição, ao desejo de alcançar poder, glória, posição social e
dinheiro.
Lauro não desiste da idéia de vir para São Paulo, e
fica persuadindo os pais de deixa-lo a ir; seu pai até mesmo o adverte que ele
somente irá conseguir o que quer à base de muito trabalho. Ele por sua vez
responde que o trabalho não o assusta. Por isso, sua mãe lembra de um primo,
chamado Carlos, que também foi para São Paulo, onde se formara em Odontologia,
e que poderia ajudar Lauro a arrumar um emprego. Porém se pai impõe uma
condição: só poderá ir quando completar 18 anos.
Após completar a dita idade, o garoto põe literalmente
o pé na estrada, por onde caminha durante 13 dias seguidos, na companhia de
dois conterrâneos maiores. Lauro chega na esperada cidade em 1913, com o
propósito de vencer, encontrado a cidade movida pela força e cultura do café,
pensa grande, possuindo, por exemplo, uma fábrica de tecidos que emprega 13 mil
funcionário, e está em condições de empregar mais seis mil, e oferecer outros
12 mil empregos indiretos, em razão do aumento da produção, além de outros
tipos de indústria, como a de entretenimento, sem contar a prosperidade da
cidade, e dos intermediários do café. Isso vai chamar a atenção de vários
investidores estrangeiros, inclusive de Thomas Wilson, que constrói uma filial
brasileira
Ao chegar, Lauro vai ao encontro do primo da dona
Olímpia, o dentista Carlos Coelho da Faria, e após explicar-lhe que precisa
urgentemente de um local para morar, em razão da difícil viagem. Porém, recusa
o oferecimento da hospedagem feita pelo parente, com uma dose de vaidade,
preferindo morar em uma pensão do Cambuci. Mas a vaidade de Lauro tem limites,
e a conselho de Carlos, consegue um emprego numa loja de tecidos, de
propriedade do comerciante português Godoy Moreira, na rua Cásper Líbero.
Com o ano de 1914 chega a I Grande Guerra, a qual
afeta não só a economia de São Paulo, como a cabeça de dona Olímpia. Ela se
preocupa em demasia com os dois filhos que estão fora de casa, sobretudo com
Alcebíades, integrante da Marinha. Este, do Rio, a tranqüiliza, assegurando que
o Brasil não entrará no conflito, e desse modo, não há razão para alimentar
preocupações com a sua integridade física. Lauro também escreve à mãe. Informa
que trabalhar de caixeiro não satisfaz de modo algum sua ambição, mas o salário
que recebe é suficiente para atender as suas necessidades. Ele reconhece que a
guerra aumenta o custo de vida, escasseia o dinheiro em circulação e estanca o
consumo, inclusive de tecidos. Mas otimista, garante que, a despeito dessa
dificuldade, vai “subir na vida”.
Sabendo bem o que quer, apresenta-se a Light em 1915,
empresa responsável pela produção e distribuição de energia elétrica e o
gerenciamento do transporte urbano de passageiros, por meio de bondes. Agora,
com a incorporação da Empresa de Eletricidade de Sorocaba, que lhe permitirá
ampliar a capacidade geradora de energia elétrica, por meio de uma usina
instalada às margens do rio Sorocaba, a Light está regularizando o fornecimento
e admitindo novos funcionários, em seu escritório central, onde funciona a sede
da empresa. Um desses novos funcionários é Lauro Gomes de Almeida.
Lauro vê a energia produzida pela Light transformar a
São Paulo do início do século. São redes elétricas, postes em estilos
avançados, luminárias, bondes, que de uma forma ou de outra, transfiguram o
traçado da cidade e alteram a fisionomia do meio urbano em pontos tão distintos
como a avenida Paulista e bairros periféricos como a Penha, Ipiranga, Brás e
Butantã.
Na empresa, Lauro vai adquirindo a simpatia
dos colegas, a confiança dos superiores e construindo círculos de amizades.
Para ele, quanto maior as suas redes de contatos, dentro e fora da Light,
melhores vão ser as chances de progredir, além de ser convencido de que o êxito
na vida depende muito da qualidade das relações sociais, procura construir seu
próprio meio, não se envolvendo com todo tipo de pessoas, a despeito de saudar
a todas com reverência, demonstrando sentido de educação, civilidade polidez.
Com negócios em Sorocaba, a Light está
permanentemente enviando para essa cidade, ligada a São Paulo pela estrada de
Ferro Sorocabana, alguns de seus funcionários, dentre eles Lauro Gomes, que
gosta do lugar, faz novas amizades e se torna sócio do São Bento. Certo dia, ao
estar conversando com seus colegas, na sede da Light, percebe a entrada na
repartição de uma moça bonita, que ali fora tratar de negócios. Ao sair, uma
flor de laranjeira escapa dos cabelos, sem que ela perceba. Lauro recolhe a
flor e troca um pequeno diálogo com ela, sendo que um amigo um colega de Lauro
vê a cena, e faz as apresentações necessárias. A dita moça se chama Marta,
trabalha com o próprio pai, um português, dono de tipografia, onde faz anúncios
para empresas que ela mesma afixa nos bondes, em espaços previamente alugados
da Light. São anúncios de cigarros, cervejas, jóias, água de colônia, loções,
remédios para tosse, creme para rugas, manchas, sardas e produtos em lata do
frigorífico Wilson.
Eles se tornam amigos. Um dia ela sutilmente diz a
ele que quer mudar de emprego, e diz que a Light não dispõe de campo real para
ele progredir, ou se dispões, não lhe oferece oportunidades. Assim sendo, Marta
fala a Lauro que o Frigorífico Wilson, está ampliando os seus escritórios e sua
equipe de vendas, e lhe oferece esta opção.
Lauro após refletir um momento, e colocar as idéias
em ordem, percebe que não poderia deixar essa oportunidade passar, pois se as
oportunidades não se repetem, surgem só uma vez, em toda a nossa vida,
precisamos agarra-las, não permitindo que se depreendam de nós. Assim agiu
Lauro Gomes: agarrou-a com as duas mãos.
E assim vai passando o tempo, e Lauro Gomes vai
crescendo na sua nova empresa, chegando, após passar por vários cargos, a ser
assistente da diretoria, trabalhando com disciplina, e tendo com um dos
princípios o de que para ter êxito na vida, deve-se economizar. Além disso,
percebe o amor de Marta por ele, mas senti por não poder corresponder o mesmo
tipo de amor. Porém, será Marta que lhe apresentará Lavínia, a mulher que vai
fazer seu coração bater mais forte. Após vários encontros, ele, após ouvir a
história emocionante da família de Lavínia, pede, com certeza do que nunca, a
permissão para ser aceito como novo membro da família Rudge Ramos.
O filho de seu Sebastião ainda não se conforma com a
uma questão imposta pela empresa em qual trabalha: por que somente americanos
podiam ser diretores do Frigorífico? Mesmo assim, vai trabalhando sem cessar. O
tempo passa, o casamento com Lavínia acontece em 19 de Fevereiro de 1925, e o
traço do articulador político vai crescendo em Lauro, que ainda não se
interessa por política. Nesse mesmo tempo, ele forma uma biblioteca no casarão
onde mora, e se dedica ao estudo das normas jurídicas do País, onde algo
acontece de novo, pois Getúlio Vargas, com suas novas proposta que faz dele
“populista”, faz a diretoria do Frigorífico ficar preocupada, fazendo pedir uma
ajuda a Lauro, que diz que a empresa não poderá cumprir a legislação do
trabalho, se não vier a se preparar para os novos tempos.
Com isso, o presidente do Frigorífico no Brasil
recorre ao fundador do Grupo, Thomas Wilson, que assimila as informações e
admite ampliar a empresa com um novo cargo de direção, e como nenhum
funcionário de nacionalidade americana teria condições de assumir ou acumular a
diretoria do Departamento Jurídico, por motivos óbvios, não lhe resta outra
alternativa exceto abolir a exigência de tornar o preenchimento de cargo de
direção privativo de americanos: o nome de Lauro Gomes é aprovado em seguida.
Lauro vai enriquecendo, faz uma viagem para os EUA,
contrata um motorista, para de freqüentar lugares públicos, ganha dinheiro nos
seus jogos particulares, e cada vez mais ganha respeito na empresa. Seu pai, e
sua sogra morrem, e senti pelo sofrimento da mulher em não lhe dar um filho,
mas as dificuldades não o esmorecem, se julgando um homem possuído pelo poder
de influir nas decisões do Frigorífico Wilson; de fazer tudo o que deseja, e a
fortuna, avaliada em cinco milhões de dólares. Resta-lhe apenas o poder
político.
A política, que não o seduzia, começa-lhe a aguçar o
espírito. Em conversas com amigos, ele agora confessa desejoso de exercita-la,
pois acredita que a atividade empresarial já lhe concedeu a experiência
necessária para desempenhar, com prudência e sabedoria um cargo executivo.
Após
vários acontecimentos ocorridos na cidade de São Bernardo do Campo, Lauro
aceita a concorrer para prefeito desta mesma cidade, pelo PTB, dando também o
dinheiro da campanha.
Mas, por ser muito pouco conhecido na cidade, algumas
pessoas não o querem como candidato. Vencida a resistência, o nome de Lauro
Gomes avança mais.
Após episódios ocorridos em qualquer disputa
política, entre Lauro e Edmundo, normais ou não, incluindo o fato que a direção
do PTB monta, para o dia da eleição, um espetacular esquema gratuito de transporte,
alojamento e alimentação dos eleitores, tudo pago com o dinheiro de Lauro, este
é eleito com 2592 votos, contra 2476 do adversário.
Lauro afasta-se da direção do Frigorífico Wilson do
Brasil, para dedicar-se à tarefa de montar a equipe, que o auxiliará na
administração dos negócios da cidade. E assim, vai governado e fazendo mudanças
na cidade, percebendo que não é fácil governar uma, como dirigir uma empresa.
Com isso, a cidade vai ganhando uma nova fisionomia. E em 1954, decide se
candidatar a Deputado Federal, ganhando com 27.671 votos, grande parte obtidos
Por entender que o mandato de Pinotti lhe pertence,
Lauro Gomes instala-se na Prefeitura, e numa mesa, passa a atender ao público
que o procura. De fato, Lauro faz fazendo várias inimizades, dentro e fora do
partido. Temos como exemplo o fato de desapropriar a chácara de Enéas Queirós
Ferreira, para no lugar construir uma escola técnica estadual e industrial,
destinada a treinar e preparar o operário para o trabalho nas fábricas, que
estava invadindo São Bernardo, município considerado de maior progresso,
principalmente por causa das montadoras que haviam se instalado às margens da
Via Anchieta, como por exemplo, a Volkswagen do Brasil e Mercedes-Benz.
Lauro vai ficando popular nas cidades vizinhas, por
causa de sua ação administrativa. Porém, toda a atividade em excesso cansa e
debilita a sua saúde, principalmente para quem tem princípio de infarto, tanto
que seu médico o aconselha a parar de fumar e diminuir a vida sexual. Mas Lauro
diz a seu médico que não pode viver sem seus charutos e as mulheres.
O
tempo vai passando, e Lauro se candidata a prefeitura de Santo André. Mas para
não deixar de ser chefe político
Lauro encontra a cidade de Santo André com inúmeros
problemas. Dentre suas medidas, se encontra a de aumentar os impostos, o que
irrita incrivelmente os comerciantes.
Com a deposição em 31 de março do presidente João
Goulart, cujo governo era considerado dócil com os comunistas e o advento da
ditadura militar, políticos com ou sem cargos letivos, começam a ter o mandato
cassado e os direitos políticos suspensos por mais de 10 anos. Lauro, que havia
sido eleito Deputado federal em 1954 juntamente com expoentes da esquerda, como
o ex-constituinte Euzébio Tocha, a jornalista Ivete Vargas e o general Leônidas
Cardoso, pai do futuro presidente Fernando Henrique Cardoso e, na condição de
prefeito de São Bernardo, estivera com João Goulart e votara favoravelmente ao
retorno do presidencialismo, defendido por Jango, tem o nome incluído na nova
lista de políticos a perderem o mandato e terem os direitos políticos
suspensos. Lauro fica preocupado e solicita audiência ao ministro da Justiça,
Milton Campos, seu conterrâneo. Nela, Milton promete esforços para livra-lo da
cassação.
De volta a Santo André, o prefeito encontra o ambiente
carregado, pois os comerciantes realizam passeatas de protestos, indignados com
o aumento dos impostos. Sem condições de reconciliar-se com os contribuintes,
que se recusavam a ouvi-lo, Lauro emite sinais de cansaço, o qual não o impede
de retornar a Brasília, dois dias depois, com o advogado Tito Costa, retornado
ambos a São Paulo em 14 de maio.
O dia 20 de Maio de 1964 amanhece com sol de
brigadeiro. O prefeito dirige-se ao gabinete e encontra as ruas próximas ao
largo do Carmo com movimento incomum. São os contribuintes preparando-se para a
reunião num edifício no largo da Estátua. Ele começa a despachar os processos,
e de sua sala, ouve gritos e palavrões pronunciados pelos manifestantes.
Finalmente percebe que é melhor abaixar as armas. Chega de batalhas. E segue em
direção a São Paulo para fazer o que mais gosta, e quem sabe, tornar a morte
mais aceitável. Aos 69 anos, Lauro renunciou aos prazeres do gozo dos quais
viera falecer na capital, enquanto os contribuintes de Santo André faziam o seu
enterro simbólico, em protesto contra o aumento de imposto.
O caixão é conduzido a Santo André, onde fica exposto
na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com Lauro no esquife, trajando terno de
linho 120 e gravata de seda.
2.2.2
– Arienzo Salvador Arena
- A Vida
Salvador Arena nasceu em 12 de janeiro de 1915, em
Trípoli, na Líbia – então colônia italiana, sendo que chegou ao Brasil no ano
dos 1920. Ele e seus pais instalaram-se na Vila Prudente, bairro da zona leste
de São Paulo predominantemente ocupado por imigrantes italianos. Passou a maior
parte da infância na oficina do pai. Morava em uma espécie de chácara, onde
manipulava peças e máquinas, acompanhando o Sr. Nicola, seu pai, que processava
sucata de metais em uma oficina mecânica de sua propriedade.
Iniciou suas atividades profissionais aos
oito anos. Fabricava velas para vender nas procissões, defendendo sua mesada e
contribuindo com o rendimento familiar. A família não chegou a passar
necessidade, mas tinha uma vida modesta.
Em 1936, aos 21 anos, formou-se Engenheiro Civil pela
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Em
1937, iniciou suas atividades profissionais na Light, seu primeiro emprego
formal, onde trabalhou na implantação do sistema hidrelétrico de Cubatão, um
modelo planejado por Billings. Naquele tempo, as máquinas eram todas
importadas. Quando quebrava uma peça, não havia outro jeito senão fabricar
outra. Por um longo período, Salvador Arena atuou como aquele que desenhava as
peças, projetava seus detalhes e mandava fundi-las. O resultado, muitas vezes,
era melhor que o original.
Salvador
Arena morreu na plenitude de seus 83 anos junto aos que mais amava: seu
colégio, seus funcionários, suas máquinas, sua fábrica, sua comunidade.
Homem de convicções pessoais embasadas
em teorias sociais, enérgico, austero, paternalista, visionário, obstinado,
polêmico, sua mola propulsora era acreditar nas pessoas e em suas
potencialidades, na dedicação e no amor ao trabalho. Sempre lhe sobrou ousadia,
talento e suor para pôr em prática suas idéias ao longo de sua existência. E é
assim que será sempre lembrado por todos aqueles que tiveram o privilégio de
partilhar de seu convívio. Quando um velho amigo o convidou para fazerem juntos
uma viagem ao exterior, Arena foi categórico com seu jeito italiano,
gesticulando e apontando para as fábricas: "Eu sou feliz aqui, porque eu
vou sair? Meu mundo é isto aqui”.
- Termomecânica
Em
1942, com um capital de 200 dólares, fundou a Termomecânica São Paulo S.A.
Naquela época, a empresa era voltada para a produção de fornos e equipamentos
para padaria. Mais tarde começou a fabricar fornos de revenimento,
ventiladores, trefilas, fornos de fundição, prensas, etc.
Já
em meados da década de 50, iniciou a construção da nova fábrica, no bairro
Rudge Ramos,
- Um homem sonhador
O
maior sonho de Salvador Arena sempre foi criar uma escola modelo. A vontade era
tanta, que, no início da década de 60, chegou a montar um colégio dentro da
fábrica. Comprou 150 cadeiras e mesas, que foram colocadas num pavilhão
pertencente à fábrica. Contratou professores de português, matemática e
ciências. Os funcionários encerravam o expediente às cinco da tarde e iam para
as aulas. Alguns anos depois, essa escola sairia dos muros da sua fábrica e
passaria a atender a comunidade de São Bernardo do Campo e das cidades vizinhas
no Colégio Termomecânica.
Em
1989, adquiriu uma gleba com área de mais de cinco alqueires no Bairro Alvarenga,
Hoje,
em 2004, esse sonho amadureceu, cresceu e multiplicou-se. Além do Colégio Termomecânica,
existem mais três unidades de ensino, formando um verdadeiro Campus
Educacional, que atende, gratuitamente, cerca de 1600 alunos, com investimentos
da ordem de R$ 17 milhões anuais, com 100% de recursos próprios. 68% dos alunos
são moradores de São Bernardo do Campo, e 71% são procedentes de famílias de
baixa renda ou sem renda. O Colégio Termomecânica, em atividade desde 1990,
oferece mais de 1.100 (mil e cem) vagas em seus cursos de altíssimo nível, que
vão do Ensino Básico ao Ensino Médio, inteiramente gratuito à população.
Em outra unidade de ensino, a Fundação mantém mais
180 vagas para crianças carentes do Sítio Bom Jesus, Parque Hawai e
adjacências,
Em
O
sucesso da sua empresa e a prosperidade nos negócios não eram os únicos focos
da existência de Salvador Arena. Dono de uma personalidade crítica encontrava
disposição para empreender ações humanitárias, fazendo contribuições generosas
para entidades beneficentes, filantrópicas e investindo em projetos sociais por
ele idealizados.
- Empresário com diferencial
Empreendedor arrojado criou um modelo de gestão
próprio, inovador e avançado para a década de 60, que prezava, acima de tudo,
seu “valioso capital humano”. Conhecia os funcionários pelo nome e sobrenome,
bem como seus familiares, para os quais estendeu benefícios como: cestas
básicas com até 60 quilos de alimentos, atendimento médico e odontológico.
A política salarial diferenciada, uma marca da
Termomecânica, foi sua criação. Tudo começou em 1948, após um grande esforço
bem-sucedido de produção para atender um grande cliente, Salvador Arena
concedeu, espontaneamente, o primeiro prêmio por produtividade. Não havia
legislação a respeito de participação nos lucros e remuneração por
produtividade, porém a prática incorporou-se à rotina da fábrica e sempre que
havia um trabalho especial, havia um prêmio. Mesmo antes de ser criado o 13º
salário, Salvador Arena pagava um adicional no fim do ano. Com o tempo,
dependendo do desempenho anual calculado por ele mesmo, Salvador Arena
distribuía a participação nos lucros, que chegavam a 14, 15 e às vezes 17, 18
salários no ano. Em um determinado ano, foram pagos excepcionalmente 25
salários.
Concretizou a idéia de proteger os funcionários das
altas taxas de juros do mercado e criou uma Cooperativa de Crédito, com juros
subsidiados, como alternativa de financiamento pessoal. Sabendo que muitos
funcionários saíam na hora do almoço para beber um pouco no boteco próximo,
mandou instalar garrafões de pinga no refeitório da empresa. Resultado: o
índice de alcoolismo diminuiu, e a produção aumentou, contrariando as previsões
de muitos de seus colegas empresários.
Antes
de falecer, em 1998, Salvador Arena havia colocado a Termomecânica em posição
de destaque no setor industrial brasileiro, tendo sido classificada entre as
maiores indústrias privadas do país, líder no setor de transformação de metais
não-ferrosos em produtos semi-elaborados/produtos acabados e altamente
capitalizada, com um patrimônio líquido avaliado em mais de 400 milhões de
dólares.
Hoje,
a empresa conta com duas unidades nos bairros Rudge Ramos e Jardim do Mar,
ocupando 127 mil metros quadrados de área construída e mantendo mais de 2.000
postos de trabalho no município.
- Presença na saúde
Salvador
Arena também é uma importante referência na área da saúde no município. Criou o
Centro de Diagnose, que funciona desde 1995 na Avenida Caminho do Mar, onde são
realizados mais de 14 mil exames diagnósticos gratuitos todos os anos, a saber:
Tomografia Computadorizada, Endoscopia, Mamografia, Densitometria Óssea e
Ecocardiodoppler. A população de São Bernardo, portanto, vem sendo beneficiada
por esse importante serviço público, que favorece pessoas carentes dos postos
de saúde e hospitais do município e do bairro Rudge Ramos.
- Título e Prêmios
1936 - ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Diploma e Graduação
São
18 de dezembro de 1936
1960 - SOCIETY OF AUTOMOTIVE ENGINEERS INC.
Diploma de Membro Emérito
New York - USA
13 de junho de 1960
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS
Diploma de Membro Emérito
New York - USA
Janeiro de 1960
1962 - SOCIEDADE AMIGOS DO ESTUDANTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Casa do Estudante Harmonia
Título de Sócio Benemérito
São Bernardo do Campo - SP
23 de outubro de 1962
1963 - CASA DO ESTUDANTE HARMONIA
Diploma de Honra ao Mérito
São Bernardo do Campo - SP
22 de setembro de 1963
1964 - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DO ABC
Diploma para Termomecanica de Sócio-Contribuinte
São Bernardo do Campo - SP
02 de dezembro de 1964
1971 - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Título de Cidadão Saõbernardense
São Bernardo do Campo - SP
27 de maio de 1971
MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
Medalha “Mérito Santos Dumont”
Brasília - DF
02 de julho de 1971
1972 - CÂMARA MUNICIPAL DE DIADEMA
Título de Cidadão Diademense
Diadema - SP
18 de dezembro de 1972
1974 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Medalha do “Mérito Cívico”, por serviços de alta relevância prestados para a
comunidade
São Bernardo do Campo - SP
Julho de 1974
1975 - ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DO ABC
Título de Engenheiro Emérito do ABC
São Bernardo do Campo - SP
10 de dezembro de 1975
1977 - MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
Ordem do Mérito Aeronáutico
Diploma de Admissão no Corpo de Graduados Especiais no Grau de Oficial
Brasília - DF
06 de setembro de 1977
1984 - MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
Ordem do Mérito Aeronáutico
Diploma de Promoção para o Grau de Comendador
Brasília - DF
20 de setembro de 1984
1988 - EXÉRCITO BRASILEIRO
Diploma de Empresário Colaborador do EB
Rio de Janeiro - RJ
19 de julho de 1988
SOCIEDADE AMIGOS DO ESTUDANTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Casa do Estudante Harmonia
Diploma de Gratidão ao Incentivo para a Educação
São Bernardo do Campo - SP
23 de outubro de 1988
1989 - SERENÍSSIMA GRANDE LOJA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Medalha de Mérito Maçônico da GLESP
São Paulo - SP
01 de fevereiro de 1989
1994 - MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
Título: Amigo do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército Brasileiro
Guaratiba- RJ
06 de agosto de 1994
1997 - MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
Diploma de Membro Honorário da FAB
São Paulo - SP
22 de maio de 1997
CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Prêmio “Master da Engenharia do ABC”
São Bernardo do Campo - SP
14 de outubro de 1997
1998 - FUNDAÇÃO ANTÔNIO PRUDENTE
Diploma de Honra ao Mérito
São Paulo - SP
13 de abril de 1998
2.3 – Diretores
Essa é a lista de
diretores da ETELG e do período de seus mandatos, desde o ano de sua formação:
1° Gilberto Vaz Garcia,(1965);
2° Walter Costa,(1966-1967);
3° Élzio D'Arienzo,(1967-1985);
4° Lúcio Ântonio Santos,(1986);
5° Orlando Ramires,(1987-1989);
6° Vilma de Moraes Lúcio,(1989);
7° Pedro Ravelli,(1990-1994);
8° Jitsunori Tsuha,(cerca de três meses);
9° Adalberto Capri,(1995-1997);
10° Fúlvio,(1997-1998);
11° Adalberto Capri, (1998-2004);
12° Irene Scaranto Augusto da Silva, (2004-200?)
2.4 – Atualidade
Atualmente, a ETE
Lauro Gomes está nas mãos da Profª. Irene Scaranto Augusto Silva, que tem como
currículo:
- Formada em Letras – Português e Francês
pela Universidade de São Paulo - USP
- “Diplome d’études françaises” pela Université de Nancy.
- Formada em Pedagogia com Especialização
- Professora de Francês no Liceu Pasteur
- Professora de Português no Ensino Oficial,
aprovada em Concurso.
- Professora de Português na ETE “Lauro
Gomes” desde 1981.
- Diretora de Escola Pública, aprovada em
Concurso no Estado de São Paulo.
- Assistente de Direção para Assuntos
Pedagógicos na ETE “Lauro Gomes”, aprovada em Concurso.
- Diretora da ETE “Lauro Gomes”, aprovada em Concurso.
·
3 –
ESTRUTURA
3.1 – Divisão
A ETE Lauro Gomes
é famosa por, além de sua história e tradição em ensino de alta qualidade, por
sua estrutura que é basicamente a mesma desde sua inauguração (com algumas mudanças,
como veremos a seguir).
E seguindo este
critério de divisão, atualmente encontra-se dividida em seis blocos de salas de
aula, como veremos mais a frente.
Com sua estrutura
confusa para os mais novos na escola (e até mesmo para os mais velhos!), a ETE
fora construída no alto de um morro, em um local privilegiado da cidade de São
Bernardo do Campo (local qual não encontraríamos semelhante para uma construção
de uma nova escola), fato que a deixa com um clima misterioso e, segundo
alguns, com uma “energia” diferente no ar.
Nos
seus 25 mil metros de área construída, em um terreno de 155 mil metros
quadrados, a ETE oferece instalações que lembram um campus de faculdade. São 37
salas de aulas teóricas, onde são transmitidos os conceitos básicos das disciplinas,
36 laboratórios e duas oficinas.
Contudo, a ETELG,
como é mais conhecida, tem seus mistério e indagações sobre o que seriam tantos
lugares não usados, salas que ninguém havia visto, enfim, fatos que nos cercam
e que decidimos investigar. E isso faz com que seus blocos, sem dúvida alguma,
sejam lugares em que passamos tardes a visitar e conhecer.
3.2 – Bloco 1 (Esqueleto)
O "Esqueleto" é um prédio inacabado da ETE.
Foi levantado junto com a escola, mas teve sua construção interrompida ainda na
fase da estrutura. Se tivesse sido concluído, seria o Bloco 1, o maior de
todos. Entretanto, foi abandonado após um incêndio durante a sua construção,
que comprometeu toda sua estrutura.
Houve
inúmeros projetos de demoli-lo, pois ele era considerado um risco para a
estrutura do Bloco 2, assim como houve inúmeros projetos para recuperá-lo (o
que foi considerado economicamente inviável), como por exemplo, para a
construção de uma FATEC, um fórum municipal e tantos outros que não saíram do
papel. Quando ainda estava em pé, seu acesso era proibido ao alunos
(teoricamente), devido à instabilidade da construção.
Aparentemente, ele teria 4 andares e olhando-se para
ele, era possível ver espaços abertos onde seriam colocados até elevadores.
Detalhe
interessante: passando na rua ao lado do "Esqueleto", era possível
ver alguns arbustos enormes que crescem dentro dele, no cimento mesmo,
enraizados no pó acumulado.
Infelizmente, em
1997, com sua estrutura já muito debilitada, este monumental bloco fora demolido,
finalizando assim uma vida de histórias mal-contadas, com incompatibilidades
burocráticas, de fatos curiosos, brigas e
alegrias, que nunca sairão da memória dos que a viveram.
3.3 – Bloco 2 (2A e 2B)
O conjunto de blocos 2A e 2B formam um dos
maiores blocos da ETE Lauro Gomes. Em sua extensão, estes blocos possuem
inúmeras salas, incontáveis lances de escadas, laboratórios, etc.
No Bloco 2A, que é o primeiro bloco ao
subir-se a rampa que dá acesso à escola, encontra-se a Biblioteca “Élzio D´Arienzo”,
que tem esse nome devido à uma homenagem feita a este ilustre homem, que fora
diretor da ETELG por muitos anos. Encontra-se também o Anfiteatro “Salvador
Arena”, um belo em amplo salão de eventos com uma quantia de lugares que
suporta os novos alunos todos os anos para a famosa recepção.
Subindo as escadas, temos a Área de
Processamento de Dados (mais conhecida como PD), onde se encontram Laboratório
de Informática e onde é ministrado esse famoso curso técnico. Ao lado da Área
de PC, há uma sala que poucos conhecem, na qual acontecia o grupo
extracurricular chamado CRAETE (Curso de Rádio-Amadorismo da ETE). Atualmente o
curso não existe mais, devido a falta de recursos (e boa vontade) da direção e
dos alunos.
Seguindo nosso trajeto, há um grande corredor com grandes janelas
que liga uma parte do bloco à outra (mais precisamente o 2A ao 2B). Neste
corredor, como em qualquer outro lugar da ETELG que tenha um espaço sobrando,
há várias salas de aula. No fim deste corredor, há o Bloco 2B.
No Bloco 2B, atualmente fica a sala da
diretora (Profª. Irene Scaranto Augusto Silva) e de suas assistentes. Há também
a sala onde funciona a APM (Associação dos Pais e Mestres), o Laboratório de
Química, as salas de aula em formato de auditório e a famosa sala dos professores,
que tanto intriga os alunos sob o que acontece por trás daquelas portas.
No andar de baixo (o térreo do Bloco 2B)
há um grande pavilhão onde os alunos passam suas horas de folga a descansar ou
fazer trabalho, mas tudo no maior silêncio possível, pois tal pavilhão é
rodeado de salas de aula, que também são em formato de auditório. Mesclado com
tais salas de aula, também se encontram alguns laboratórios de física e
informática. Na estrada do bloco, há também uma sala de coordenação, na qual
vários funcionários trabalham, mas o que eles tanto fazem ainda é mistério para
muitos alunos.
3.4 – Bloco 3
Neste Bloco se encontram a maior parte
das disciplinas humanas dos cursos oferecidos. Como exemplo temos as aulas de
Língua e Literatura, Arte, História, Geografia, Ação e Cidadania e tantas
outras.
Este Bloco, assim como alguns outros, é
formado por um pavilhão de salas à esquerda e um grande galpão à direita. Neste
Bloco, tal galpão fora transformado em grandes quadras poli esportivas,
conhecidas pelos alunos como “Internas” (em relação às outras quadras que ficam
no exterior dos blocos, conhecidas como “Externas”).
Ao entrar no bloco, a primeira sala que
vemos à esquerda é a famosa “Sala da Ângela”, que é a sala de uma das
personagens mais cativantes desta escola, que atualmente atua com suporte aos
alunos, e mantém uma sala utilizada por muitos, onde se encontram mesas de
xadrez e damas, e também qualquer outro jogo ou atividade que os alunos se
proponham a fazer (exceto o jogo de baralho que é expressamente “proibido” no
território da escola).
Ao fim do bloco, atua o Refeitório, que
atualmente serve refeições a centenas de alunos.
Funcionavam também nesse bloco alguns
grupos de alunos, como a ABS -
Associação Bíblica Secundarista, onde alunos cristãos podiam se reunir para
"discutir a Bíblia", a qual foi fechada em 1996, aproximadamente,
quando a diretoria precisou de mais espaço para salas de aula. Havia também o
COPERETE (Cooperativa da ETE), onde os alunos compravam materiais escolares e
as famosas malas verdes, que se orgulhavam de carregar por possuir o logotipo e
cores da ETE Lauro Gomes.
3.5 – Bloco 4
O Bloco 4 é o bloco das matérias exatas,
como Física, Matemática e tantas outras matérias que os cursos técnicos têm
neste ramo.
Neste bloco há grandes oficinas dos
cursos de Mecânica e Mecatrônica, com um extenso pátio maquinário, que
atualmente encontram-se em um estado de conservação relativamente ruim, além de
serem muito velhas, mas mesmo assim ainda são usadas.
O prédio abriga o curso de Mecânica (MC),
o curso mais antigo da escola.
3.6 – Bloco 5
Bloco de matérias também exatas, que antigamente era
o “abrigo” dos estudantes de Eletrônica (EN). Conta-se que era lá que ocorriam
as maiores brigas entre os estudantes de Mecânica (MC) e Eletrônica.
Da mesma forma que o Bloco 4 possuía uma oficina de
Mecânica, neste bloco ficava o oficina de Eletrônica e os laboratórios de
Eletrônica e Eletro-Eletrônica (TN). Antigamente também abrigava o "Clube
de Xadrez" da ETE, depois dele sair do Bloco Central. Foi desativado
aproximadamente em 1994.
Atualmente, tal bloco está sendo pouco usado, e está
sendo preparado para uma “reforma”, e depois desta será utilizado como salas
para a FATEC (Faculdade de Tecnologia), deixando de abrigar os cursos técnicos
da ETE.
3.7
– Bloco 6
Neste prédio encontravam-se a lanchonete, as salas de
vídeo, e a biblioteca Elzio D'Arienzo (dentro da biblioteca, havia uma área
conhecida como "bitolódromo", onde havia mesas individuais de estudo,
com divisórias altas).
Também era onde ficava a sala de ginástica, que quase
nunca era utilizada. Era tão pouco usada que deu lugar à CooperETE por volta de
1995, e também tinha uma sala de "Xerox".
Mas tudo isso é passado para este bloco. Assim como
acontecerá em breve com o Bloco 5, este bloco atualmente pertence à FATEC, não
sendo usada mais por alunos da ETE. Ao menos isso trouxe algo de bom para este
bloco: foi totalmente reformado e encontra-se em ótimo estado de conservação.
3.8 – Bloco Central
Este bloco tem uma estrutura engraçada : na realidade ele é uma
casa, na qual foram adaptadas para servir algumas necessidades da escola. Como
por exemplo, é nele que se encontra a Sala do Grêmio Estudantil (atualmente sem
uso), além da Sala de Chaves da ETELG, uma sala onde estão guardadas (e muito
bem) pelos vigias TODAS as chaves da escola. Há também algumas salas de suporte
aos alunos e à direção, mas com toda a certeza a atração principal desse bloco
é a sua parte de fora, na qual se encontra um belo quintal com árvores e
bancos, nos quais diariamente alunos se encontram para conversar e se distrair
nos tempos “livres”.
3.9 – Externas
Quem nunca ouviu falar nas famosas externas? Um conjunto
de quadras localizado na parte externa dos blocos (daí o nome), onde os alunos
da ETE “Lauro Gomes” se reúnem para conversar, jogar, brincar, beber,namorar,
ficar sem fazer nada, são alguns poucos exemplos do que os eteanos fazem nesse
lugar simples, mas igualmente espetacular.
Composta por uma quadra de basquete,
uma de vôlei e uma de futebol, as externas agradam a todos os esportistas e
aqueles que não são chegados muito ao esporte as externas também possui um
lugar para eles um espaçoso gramado onde eles podem deitar e esperar o tempo
passar, por exemplo. É um lugar muito arborizado, o que o torna fresco na
maioria dos dias. Por ser muito aberto, nos dias quentes, o sol bate com toda a
intensidade. Porém, em dias frios, venta muito o que dá a impressão de ser mais
gelado que o resto da escola. Também está sujeito a chuvas, fenômeno normal na
cidade onde reside a escola.
As Externas são consideradas por
muitos alunos como o melhor lugar da ETE, claro que nem todos os alunos
compartilham desse mesmo pensamento, muitos preferem o campão, o gramado da ETE
e até mesmo o bloco 2 B para passar seu tempo livre, que são lugares igualmente
bons e prazerosos.
3.9.1
- Curiosidades
Brigas, jogos, brincadeiras,
histórias... as externas possuem muito. Possuem também curiosidades infinitas
como, por exemplo, um churrasco realizado no ano de 1999, mais é claro que não
pára por aí, há boatos de sexo, drogas e muito mais tenha rolado nas Externas.
Você sabe quanto mede as externas?
Pois bem, por incrível que pareça as externas possuem
3.10
- Outros
3.10.1
– Refeitório
O refeitório, situado no Bloco 2A, é um dos locais da
ETE que mais tem histórias para contar. Antigamente era conhecido como
“Refeitroço”, devido à qualidade da comida servida, que era distribuída em
bandejas de alumínio, nas quais eram servidos os famosos “Bifes
Mas hoje em dia a situação está muito melhor. Com a
comida sendo cobrada por quilo, cada um escolhe o que e quanto comer, além de
ser de ótima qualidade as refeições oferecidas. O refeitório da escola fornece
600 refeições diárias aos seus alunos,
perfazendo um total de 5.400 quilos de alimentos a cada 30 dias.
Mas para aqueles que preferem uma comida de casa, há
também dois enormes marmiteiros, local
onde os alunos põem suas refeições trazidas de casa para esquentar em banho na
água quente.
3.10.2
– Sala da Ângela
Essa sala é um dos lugares mais conhecidos da escola
toda. É a sala de uma das personagens mais simpáticas e agradáveis da ETELG,
que atualmente atua na área de suporte aos alunos. Nesta sala se encontram
mesas de xadrez e damas, para quem quiser jogar treinar ou competir num dos
campeonatos internos. Além do que também serve de apoio para qualquer aluno com
algum tipo de problema escolar.
3.10.3
– Caixa d’Água
É a caixa d´água que alimenta a água de toda a
escola. Situada nos fundos da escola, ao lado do famoso galinheiro e do
“campão”, é um local de muitas histórias envolvendo alunos em atividades
ilícitas no âmbito escolar. Os números impressionam, pois tal local é formado
por duas grandes construções que são interligadas, armazenado um total de
3.10.4
– Campão
O conhecido “Campão” fora por muito tempo um dos
locais mais freqüentados da ETE, mas hoje em dia se encontra fora de condições
para qualquer tipo de atividades.
Era um grande campo de futebol no qual eram
realizadas grandes competições internas entre os cursos técnicos, nos quais
aconteciam muitas brigas e confusões que os estudantes da época se lembram bem.
3.10.5
– Galinheiro
É um dos lugares mais curiosos da escola. Compreende
uma área de plantação, uma construção um tanto quanto inusitada e várias
galinhas, que frequentemente se espalham pelo “campão”, assustando os alunos
que delas têm medo. È ministrada pelos caseiros e outros funcionários da
escola.
4 –
CURIOSIDADES
Aqui contaremos um pouco mais de algumas
curiosidades da escola, assim como crônicas feitas por alunos e fatos curiosos,
principalmente para os novatos na escola (primeiro-anistas, bixos, bixetes,
etc...).
4.1 – Crônica
“ETE x Hogwarts
Diante
da febre que é hoje Harry Potter é inevitável que nós eteanos façamos uma
comparação entre a nossa querida escola com Hogwarts, a escola dos bruxos.
Para
começar ambas as escolas ficam em cima de um morro, mostrando toda a sua imponência
e majestade. Enquanto Hogwarts era apenas um imenso castelo cheio de bruxos, a
ETE é composta por sete grandes blocos, lotados de bixos, como são chamados os
alunos do primeiro ano, semi-veteranos, os alunos do segundo ano, e por último
os veteranos.
Seria
impossível um aluno de Hogwarts conhecer todos os segredos que sua escola
guarda, assim como na ETE, que possui portas que parecem que nunca foram
abertas, ah se eu tivesse uma varinha mágica, era apenas dizer alohomora e
todas as portas se abririam e assim descobrirei todos os seus mistérios, ou
será que não?
No
entanto entrar na ETE é muito mais difícil do que entrar em Hogwarts,. Afinal
na ETE há o vestibulinho, e apenas sabemos que passamos quando vemos nossos
nomes na temida “Lista de Classificação”, já em Hogwarts eles recebem uma carta
dizendo que haviam ingressado na escola de bruxos.
Para
ir à Hogwarts no início do ano letivo os aprendizes a bruxos pegam o famoso
Expresso de Hogwarts na plataforma 9 ¾ e como não podia ser diferente a ETE
também tem uma espécie de “Expresso da ETE”, que é a linha da trolebus 284M,
que leva todo o dia centenas de eteanos.
Em
Hogwarts os alunos novatos são recebidos muito bem na Cerimônia de Abertura do
Ano Letivo, já em nossa querida escola os novatos, bixos, são recebidos com os
famosos e tenebrosos: trotes! E desde cedo os bixos já aprendem a se defender,
afinal nunca sabemos quando vamos encontrar um comensal da morte!
E
assim como Hogwarts, a ETE é uma escola bem diferente das normais. Afinal em
ambas as escolas são os alunos que mudam de sala e não os professores como
ocorre na maioria das escolas trouxas.
Na
ETE não tem dormitórios, mas tem o seu Salão Principal onde todo mundo almoça,
o refeitório do bloco 3. Já aqueles que preferem comer besteiras a Dedosdemel
estava sempre aberta aos bruxinhos, e a Lixo, lanchonete, aos eteanos.
Em
seu tempo livre os eteanos adoram ir às externas para jogar, conversar e ficar
sem fazer nada, já nossos amigos bruxos adoram passar a tarde inteira perto do
lago de Hogwarts onde aproveitam para relaxar. E que eteano nunca ouviu falar
no bloco 7? Um bar fora dos terrenos da escola que
alguns eteanos adoram freqüentar... e o Três Vassouras então! Mais famoso ainda que o nosso bloco
7, quem nunca quis experimentar aquelas cervejas amanteigadas que Harry e
companhia sempre bebem.
Em se tratando de liberdade a ETE não se parece em nada
com Azkaban, a prisão dos bruxos, muito pelo contrario está bem longe disso!
Mas assim como Hogwarts a ETE também tem a sua “Floresta Proibida” um terreno
vazio atrás do bloco 2 aonde ficava o antigo bloco esqueleto. Mas nem em Hogwarts nem na ETE tudo são
flores. Enquanto nós prestamos novamente o vestibulinho para começar a fazer um curso técnico os alunos de Hogwarts
prestam os NOMs (Níveis Ordinários de Magia), que são provas igualmente
difíceis e concorridas. E para os alunos dos últimos anos temos os NIEMs (Níveis Incrivelmente Exaustivos de Magia),
para os bruxos e o temido Vestibular, para os eteanos. E o que seria de uma
escola sem seus funcionários? Tanto na vida real quanto na ficção há
personagens que é inevitável uma comparação.
Professores excêntricos, como Sibila Tranelaw, grande professora de
adivinhações, Severo Snape com suas poções (isso te lembra algo? LI talvez?)
não poderiam ser esquecidos. Mas além desses, há os funcionários mais
semelhantes ainda. Nosso honrável zelador, nada mais parecido com o Sr. Flinch,
com seu infindável trabalho de manter a escola em ordem, além de nossos
clássicos diretores, que assim como em Hogwarts têm tido muito trabalho para
assegurar que seus alunos tenham uma escola que sempre quiseram (ou não?).
Além disso, o que seriam das provas sem as Penas
Anti-Cola, mais conhecidas aqui como Gabaritos Circulares, utilizados em
algumas disciplinas? Se for possível colar em testes com este gabarito, não há
mais barreiras ultrapassar!
Brincadeiras à parte, é inevitável tal comparação, visto
que as temidas Penas Anti-Cola servem exatamente para o que os professores
tanto tentam impedir mas dificilmente conseguem, e tentam com gabaritos em que
as respostas são assinaladas em forma de círculo, afim de impedir que alunos
“troquem” respostas.
E ainda há muitas outras
semelhanças, entre as escolas, mas uma coisa pode dizer, mesmo com tantas
semelhanças cada uma é especial do seu modo. Finite Incantatem.”
4.2 – Manual do Bixo
4.2.1 – A Recepção
A recepção é um ato criado para poder introduzir os novos
alunos chamados “BIXOS” a nova sociedade dentro da ETE Lauro Gomes, os chamados
veteranos (alunos das 3ªs séries) e os semi-veteranos (alunos das 2ªs séries)
apresentam a escola, explicam como são os professores, as regras da escola, os
horários, etc. Mas por trás dessa gentileza toda, levam um desejo de aplicar um
trote nos pobres bixos (alunos recém inclusos na ETE, ou seja, das 1ªs séries).
Nos três primeiros dias (tempo que dura a recepção),
fazem brincadeiras leves, tudo muito leve, mas a partir daí começa o desespero
dos bichos.
-
Como ser um bixo.
O lema básico do bixo é andar sempre em grupo, pois
assim é mais difícil de ser “pego” nos trotes, mas se um veterano “pega” um
pobre bixo sozinho, desconta o que foi feito com ele anteriormente.
Os trotes variam dos mais leves como copiar horários,
pagar alguns micos, etc., coisas sadias, sem nenhuma maldade, mas alguns
veteranos maus gostam de fazer trotes mais fortes como: bomba gay, bixocross,
cuecão, entre outros, extremamente desagradáveis.
Um conselho muito bom, se te aplicarem um trote que
for imoral ou violento, saia fora e se ficarem te pressionando, procure alguém
da direção ou coordenação para te ajudar.
Aqui
vai um guia útil com as principais salas de aula e, alguns lugares importantes.
Térreo:
secretaria
Terreo2: biblioteca, laboratórios de física(202/203)e biologia(209),sala de matemática(270)e
laboratório multidisciplinar(204)
1º
andar: sala de matemática/química (251), sala de processamento de dados (265).
1º
andar: sala de física (456)
1º
andar: FATEC
4.2.3
- Mandamentos do Bixo
1º
- Receberás ordens de veteranos e ficarás quieto;
2º
- Enquanto fores bixo não terá voz sobre um veterano;
3º
- Cederás lugar na lanchonete aos seus novos “amigos” veteranos;
4º
- Para um veterano tu serás sempre “bixo”;
5º
- Deixarás seus “amigos” veteranos “serrarem” seu lanche;
6º
- Andarás sempre em “bando” (pessoas andam em grupo, bixos não);
7º
- Não faças nada que seja ridículo na frente de veteranos (não dê motivos para
trotes);
8º
- Ajudarás sempre um amigo quando este estiver sendo “trotado”;
9º
- Por mais inteligente que sejas sempre tirarás pelo menos um “R”;
10º
- Não fique feliz ao passar para a 2ª.série, pois será um semi-veterano.
1º: ”Bomba gay”
É consistido pelo fato de você contar até dez e
depois pular dando gritinhos histéricos.
2º : Dançar ciranda-cirandinha
Dançar aquela velha cantiga de ninar com alguém que
estiver com você.
3º: Copiar horários
Consiste em copiar horários para os veteranos que
pedirem(independente da quantidade de veteranos que pedirem).
4º: Cortar grama
Como o próprio nome diz, é só cortar a grama com uma
tesoura cega e, sem ponta.
5º: Rosto pintado
Ás vezes alguns veteranos pintam os rostos dos bixos,
mas este trote é considerado meio que “malvado”.
6º: Bateria no mictório
Era um trote em que se colocava uma bateria de carro
ligada no mictório fazendo com que o bixo no momento de urinar tomem uma
descarga de energia elétrica. É um trote divertido( se não for aplicado em
você) mas com um certo requinte de crueldade e que é muito raro.
7º: Masturbar postes
Consiste em fazer com que o bixo faça movimento de
vai-e-vem com as mãos num objeto grosso, roliço, comprido e parecido com
um........... Não vamos entrar em detalhes.
8º: Soprar barquinhos
É um trote em que você sopra um barquinho de papel
sobre uma poça d`água.
9º: Chamar as “Tartarugas Ninjas”
Você coloca o seu rosto, cara, face, ou focinho num
bueiro e grita chamando as tartarugas.
10º: Surf de privada
O certo aluno novo deve ficar sobre um vaso sanitário
(com a tampa aberta ou fechada como preferir) fazendo movimentos como se
estivesse surfando.
Tempo de duração dos trotes: do início das aulas até
quando Deus quiser, ou melhor, até quando os VETERANOS QUISEREM.
4.3 – ETE em números:
Todos sabemos que a ETE “Lauro Gomes” é a maior ETE
do estado de São Paulo, também não é pra pouco com os seus
A ETE têm aproximadamente 34 escadas e 682 degraus.
A Biblioteca Élzio D’Arienzo tem em seu acervo cerca
de 10.771 livros, 4.520 periódicos e 21 catálogos e folhetos técnicos. Não
podemos esquecer também de suas 72 cadeiras que sempre ficam lotadas de alunos.
E também de suas visitas diárias que chegam a 750 pessoas!
O bloco 3 (o bloco mais movimentado da escola) conta
com 150 lâmpadas, 480 cadeiras e 546 quadradinhos completam a decoração externa
do bloco.
Você nunca se perguntou por que a ETE é verde? Pois
bem nossa querida ETE possui essa cor pois recebeu uma doação de latas de
tintas verdes.
A Caixa d’água da ETE não podia ficar de fora dessas
curiosidades você sabia que ela possui a capacidade de armazenar
A ETE também pode se orgulhar do seu vasto
estacionamento que conta com 187 vagas para carro, sendo 2 para portadores de
necessidades especiais, 9 de motos e 22 vagas para bicicletas.
Em toda a extensão da ETE você conseguira encontrar
cerca de 75 bancos, 26 salas de aulas, 18 laboratórios, aproximadamente 33
boxes de banheiros, 36 pilares que dão sustentação aos blocos, 10 bebedouros e
24 painéis .
Não poderíamos deixar de falar do refeitório que com
seus 180 lugares, que serve em média 800 refeições diárias!
E as quadras internas então, talvez você nunca tenha
reparado mais no teto das internas há 6 bolas! E vocês sabiam também que
antigamente havia nas internas um placar eletrônico? ?
5 – CURSOS
A Escola Técnica Estadual Lauro Gomes
sempre foi símbolo de qualidade de ensino e de divergências educacionais,
comparando-a com as outras escolas públicas da região. Tal diferença se dá
devido à sua história (ver cap. 1 - História), e mais atualmente, devido a um
convênio com o Centro Paula Souza de Ensino.
E dentro desse parâmetro de escola de
qualidade, sempre foram oferecidos Cursos Técnicos juntamente com o Ensino
Médio, que tinham duração de 4 anos. Atualmente, estes dois cursos são
separados, sendo que o Ensino Médio funciona na parte da manhã e os Cursos
Técnicos à tarde. Logo, um estudante pode cursar o Ensino Médio sem
necessariamente fazer o técnico e vice e versa.
5.1 – Ensino Médio
Atualmente, o Ensino Médio é aberto a qualquer estudante
que cursa a 8ª série e queira ingressar na escola. A prova de admissão dos
alunos é ministrada pelo Centro Paula Souza e compreende 50 questões de
múltipla escolha, na qual a média de candidatos é de aproximadamente 13
candidatos por vaga.
As matérias ministradas no curso são as básicas, como
Língua e Literatura, Matemática, História, Geografia, Química, Física,
Biologia, e algumas internas da escola, como Ação e Cidadania, por exemplo.
5.2
– Cursos Técnicos
Quando a ETI ainda era sustentada pelas indústrias
oferecia um número menor de cursos técnicos são eles: Processamento de dados
(PD), Mecânica (MC), Eletrônica (EN). Eram cursados 4 anos, sendo os três
mesclando ensino médio com ensino técnico no fim do terceiro ano o aluno estava
aprimorando matérias que hoje são
ensinadas em faculdades.
Hoje a ETE sustentada pelo governo oferece um numero
maior de cursos, como mecatrônica, administração, secretariado,
eletroeletrônica, automação industrial,etc. A prova de admissão para o Curso
Técnico atualmente é a mesma para o Ensino Médio, mas varia a quantia de
candidatos/vaga e o número de vagas propriamente dito para cada curso. Eis a
lista de cursos oferecidos atualmente (lembrando que todos são gratuitos):
5.2.1 – Administração
Coordenador: Prof. ALDO LUTI
Sigla
ou apelido: ADM
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Auxiliar Administrativo
2º módulo:
Auxiliar Financeiro
3º módulo:
Técnico em Administração
Área
de atuação no mercado: Indústrias, comércio e serviços.
Total
geral de hora: 1500
5.2.2
- Automação Industrial
Coordenador: Eng.ª Tera Miho Shiozaki Parede.
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Montador e Instalador de Sistemas Eletrônicos
2º módulo:
Operador e Reparador de Circuitos Automatizados
1º + 2º + 3º módulo: Técnico
Área
de atuação no mercado: Indústrias
Total
geral de hora: 1500
5.2.3
- Eletrônica
Coordenador: Eng.ª Tera Miho Shiozaki Parede.
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Certifica o aluno como Instalador Eletrônico
2º módulo:
Certifica o aluno como Auxiliar Técnico
3º módulo:
Certifica o aluno como Técnico em Eletrônica
Área
de atuação no mercado: Indústrias
Total
geral de hora: 1500
5.2.4
– Informática
Coordenador:
Prof. ALDO LUTI
Sigla
ou apelido: PD
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Auxiliar de Informática
2º módulo:
Programador de Computadores
3º módulo:
Técnico em Informática
Área
de atuação no mercado: Indústrias em geral, estabelecimentos comercias, órgãos públicos
municipais, estaduais e federais
Total
geral de hora: 1500
5.2.5
- Laboratorista Industrial
Coordenador:
Prof. Gilberto Colognesi
Sigla
ou apelido: LI
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Auxiliar de Laboratório
2º módulo:
Auxiliar de Análises de Materiais
3º módulo:
Técnico
Área
de atuação no mercado: Indústrias químicas e metalúrgicas.
Total
geral de hora: 1500
5.2.6
– Mecatrônica
Coordenador:
Prof. Roberval Rodrigues
Sigla
ou apelido: Meca
Qualificações profissionais:
1º módulo:
Assistente Industrial
2º módulo:
Assistente em Montagem de Sistemas
Área
de atuação no mercado: Indústrias em geral.
Total
geral de hora: 1500
5.2.7
– Eletro-Eletrônica
Coordenador: Eng.ª Tera
Miho Shiozaki Parede
1º módulo: Certifica o aluno como Instalador
Elétrico Residencial
2º módulo: Certifica o aluno como Auxiliar Técnico
em eletroeletrônica
3º módulo: Certifica o aluno como Técnico em
Eletroeletrônica
Objetivos da habilitação: Formar profissionais capazes de atuar no
planejamento, execução e controle das aplicações de sistemas eletro-eletrônicos
e nos processos de instalação, manutenção e produção industrial. Oferecer aos
alunos oportunidades para a construção de competências profissionais integradas
ao mundo do trabalho, à ciência e à tecnologia.
5.2.8
– Logística
Coordenador
do Curso: Prof. Aldo Luti.
Qualificações
Profissionais: Identifica, diagnostica e resolve problemas nas áreas de
administração, qualidade, contabilidade, transporte, movimentação de materiais,
comércio exterior, gestão, informática e automação.
Apresenta sugestões e cria pequenos projetos que melhoram a atuação do
profissional do Setor Terciário.
1º
módulo: Auxiliar de Administração de Materiais
2º
módulo: Auxiliar de Planejamento e Controle de Produção
3º
módulo: Técnico em Logística
Mercado
de Trabalho: Indústrias, comércio e empresas de consultoria.
5.2.9
– Secretariado
Coordenador
do Curso: Prof Aldo Luti
Qualificações
Profissionais: Executa serviços típicos de escritório tais como: recepção,
organização, registros de compromissos, informações, atendimento telefônico,
assessoria de reuniões etc.
1º
módulo: Arquivista
2º
módulo: Auxiliar de Eventos
3º
módulo: Técnico em Secretariado
Mercado
de Trabalho: Empresas comerciais, indústriais e bancárias, escritórios de
profissionais liberais, empresas e órgãos públicos.
6 –
CONCLUSÃO
Depois de tanto trabalho podemos dizer,
com mais certeza do que nunca, que realmente temos orgulho de sermos alunos da
Escola Técnica Estadual “Lauro Gomes”. Um ambiente marcado pelo compromisso de
todos que leva cada vez mais ao sucesso de tudo o que é aceito como um novo
desafio.
Fazer esta monografia foi muito
gratificante, com certeza aprendemos muito e possuímos esta mesma certeza de
que grandes momentos ficarão guardados até o final de nossas vidas em nossa
memória.
Tivemos a oportunidade ímpar de conhecermos
pessoalmente pessoas que fizeram a diferença para a história da nossa escola, o
Élzio D’Arienzo é apenas um dentre vários que podemos citar...
Divertimo-nos muito ao ouvir as
intermináveis histórias de ex-alunos que nos contaram coisas que marcaram as
suas trajetórias na ETE-LG.
Seguimos muitas vezes orientações de um cartaz que há na escola,
onde possui a inscrição: “Muitas vezes é preciso se fazer além do que é
certo para se defender o que é
direito”, e com isto conseguimos um maior êxito para o nosso trabalho.
Por fim, esperamos ter colaborado com os
discentes desta escola e que estes saibam valorizar e lutar pelo que é deles.
Um grande abraço,
Equipe da monografia “ETE-LG, uma história...”.
7 – Bibliografia
- Sites: www.etelg.com.br
- Livros: A
História de Lauro Gomes
Jovens Mortos – O despertar de uma geração (Anexo)
Acervo da Biblioteca Élzio D´Arienzo
-
Campo: Entrevistas, dados armazenados, entre outros.
8 – Anexos
-
Anexo 1 – Livro “Jovens Mortos – O
despertar de uma geração”
Autor – Ricardo Criez (ex-aluno da ETELG)
Foto 1 – Vista via Satélite
da ETE Lauro Gomes
Foto 2 - Quadras Externas
Foto 3 – Bloco Central
Foto 4 – Blocos 4 e 5
Foto 5 – Esqueleto
Foto 6 - Primeiro jornal da
ETE – pp.1
Foto 7 – Primeiro jornal da
ETE – pp. 2
Foto 8 – Primeiro jornal da
ETE – pp. 03